O Banco Master quebrou e levou com ele milhões de reais da Previdência de Estados e Municípios. É mais um golpe nas aposentadorias de velhinhos, agora do serviço púbico. A aplicação dos recursos no Banco Master lança uma sombra de profundas indagações sobre a gestão do patrimônio dos servidores públicos.
A gente nunca vai saber como foi possível que gestores de previdência, responsáveis pela segurança financeira de aposentados e pensionistas, aplicassem tanto dinheiro em um banco que, segundo o próprio mercado, já demonstrava alto risco, ao oferecer remuneração muito acima da média, e o que é pior; sem garantia do Fundo Garantidor de Crédito.
Também não sabemos por que os Conselhos de Administração e Fiscalização desses Fundos aprovaram aplicações em uma instituição que apresentava um perfil de risco muito mais elevado do que seus concorrentes. Como sempre acontece, a gente também, nunca vai saber se as aplicações bilionárias em uma instituição de risco tão elevado, foi por falhas de gestão ou se configuram crimes mais sérios, como peculato-desvio, corrupção, gestão fraudulenta ou lavagem de dinheiro.
Afinal, 1.876 bilhão de reais foram investidos no Banco Master por 18 municípios. O Rio investiu R$ 970 milhões, o Amapá, R$ 400 milhões, o Amazonas R$ 50 milhões, Maceió, R$ 97 milhões, São Roque, 93,15 milhões, Cajamar R$ 87 milhões, Itaguaí R$ 59,6 milhões, Aparecida de Goiânia, R$ 40 milhões, Araras, R$ 29 milhões e por aí vai.
Governadores e prefeitos que autorizaram a alocação de recursos dos fundos de previdência no Banco Master deveriam ser investigados e severamente punidos. Talvez seja pedir demais. Afinal, nos tempos que correm os culpados por roubalheira acabam soltos. E, como todo mundo sabe, essa gente invariavelmente, volta à cena do crime.
Vicente Lino.