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PIONEIROS

Antonio Valdenir Caliare - Em Memória de Eugênio e Terezinha Caliare

A Família chegou em 1976

Em memória de seu Eugenio Caliare falecido em 11 de julho 2016 e Terezinha Aparecida Marques Caliare falecida em 23 de janeiro de 2012, Seu filho Antonio Valdenir Caliare Advogado, residente em Juína desde o gênesis desse município conta a história da Família e seu percurso.

Seu Eugênio e Dona Terezinha se conheceram em Douradina, Paraná. Nessa mesma cidade constituíram matrimônio e tiveram seus dois primeiros filhos, Antonio Valdenir Caliare Dirce Caliare os mais velhos de um total 4 Irmãos.Logo se mudaram para o município de Matelândia em um distrito chamado Ramilândia no Paraná, morando aproximadamente Quatro anos ali Seu Eugênio e Dona Terezinha tiveram mais 2 filhos.

Seu Eugênio Caliare juntamente com a família veio morar no estado de Rondônia no município de Cacoal chegando 19 de abril de 1973.  Antônio relata que a cidade rondoniense era apenas uma rua, e foi ali que adquiriram o primeiro sitio, mas não vindo trabalhar na propriedade, ele conta que o pai foi negociando com o comercio local, vendendo cereais até que vendeu o bem.

Foi então que logo soube do projeto Juína no final de 1976. Seu Eugênio juntamente com um compadre chamado Pedro Loffi Pereira se deslocaram até Juína para conhecer as terras, gostaram do locale decidiram que se mudaria para a cidade projeto, só estavam esperando a abertura da venda dos lotes para adquirir.

No começo as duas famílias vieram para Vilhena (RO), cidade mais próxima a Juína, ficando 3 dias ao total pois encontraram dificuldades em se mudarem para cá, pois não conseguiam autorização vindo até ter uma discução acalorada com o até então engenheiro civil responsável Hilton Campos, pois a burocracia para residir em Juína em sua fase de abertura era dificultosa, mas que enfim conseguiram.

Antonio conta que a primeira noite no caminho para Juína, todos dormiram na antiga Roda d’água, agora pedágio das aldeias próximas. Logo com o dia claro continuaram viajem e o primeiro almoço aconteceu na residência de seu Dico e seu Demétrio Barbosa Leal, dois conhecidos de Cacoal do seu Eugênio, que já se encontravam instalados nas proximidades da linha (i), e assim logo após seguiram em direção à Juína. 

Durante três dias as famílias ficaram instaladas onde hoje se encontra a secretaria de Educação que antigamente era a C.O, até encontrarem um lote que os agrada-se. Foi então que próximo a comunidade São Pedro compraram duas chácaras.

Antonio Caliare conta que a primeira noite, as famílias dormiram em barracos rodeados de Lona, e somente no segundo dia que construíram barracos melhores rodeados de coqueiros, para ai darem início as derrubadas e aberturas da nova propriedade.

Na época Antonio tinha 12 anos de idade e lembra bem de como era o início de Juína, com apenas algumas casas construídas, alguns barracos dos funcionários da CODEMAT e muito mato

O Sonho de seu Eugenio Caliare era formar uma lavoura de café, pois durante a vida toda juntamente com sua família em São Paulo trabalhou com lavoura de café. Quando a família Caliare se mudou para o Paraná, tentaram formar lavou de café, mas a geada sempre impedia e aqui em Juína ele conseguiu trabalhar a cafeicultura. Eles também chegaram a produziram outros tipos de alimentos como o Arroz, Feijão, Milho entre outros e tudo o que era produzido era vendido na região principalmente com a chegada da CAZEMAT do governo que adquiriam esses produtos.

A família Caliare está dentre as primeiras 50 famílias que formaram Juína. Ele relata a existência de ruas já abertas, mas que não possuía casas nem nada nessa região, o que tinha de empresa também em formação era uma serraria dos Irmãos da Luz que inclusive seu Eugênio Caliare e Pedro Loffi Venderam madeira da derrubada para a serraria.

A propriedade da família por muito tempo foi cuidada e formada, até sua venda, onde seu Eugênio comprou outra propriedade na linha 5 próximo á comunidade são Lucas onde viveram 10 anos formando uma grande lavoura de café chegando a colher aproximadamente 700 sacas de café ao ano.

O pai de Antonio trabalhou até a aposentadoria, quando esse veio para a cidade, o filho conta que na época as economias que o pai tinha no banco foi confiscado, pelo governo Collor de Melo, sem opção comprou uma casa na cidade e veio morar pertos dos filhos.

Em certa altura a cidade começou a desenvolver o garimpo e a lavoura foi perdendo o seu valor, muitos começaram a sair da área rural paratrabalhar no garimpo. Frisa Caliare.

Na década de 80 foi um período em que se tinha uma participação das comunidades rurais em torneios de futebol e relembra que as competições reuniam várias linhas rurais que competiam entre si, e lembra que entre os esportes, o futebol de campo era o mais praticado, e os primeiros torneios que presenciou, o campo era localizado onde hoje é o Pasqualotto Supermercado Juína ainda era cercada por mata.

Ainda em vida o senhor Eugenio comentava com os filhos que não se arrependia de ter vindo para Juína. Em entrevista ele comenta da sua participação nos meios de comunicação de Juina em desde jornal Impresso a trabalhar em rádio e gosta do que faz.

Antonio Valdenir Caliare, por muito tempo trabalhou com os pais na roça, mas sempre teve interesse em estudar e quando teve uma oportunidade, terminou o ensino médio que na época era o magistério, surgindo a oportunidade de lecionar, na atual escola Francisco Lisboa. 

No ano de 1988 Antonio fez o concurso sendo aprovado, vindo para a cidade trabalhar nas escolas da época. Ele teve vários ofícios, inicialmente trabalhou como agricultor, professor, vendedor, sócio de uma empresa de produtos de limpeza, e atualmente como advogado.

Caliare relata que sempre sonhou em ser advogado, mas o pai lhe dizia que filho de pobre não conseguiria e que ele tinha é que trabalhar na roça, essa situação não desmotivou Antonio, pelo contrario isso deu gás para ele seguir seu sonho, pois não queria ficar para sempre na lavoura. Ele sempre admirou o pai, mas queria um rumo diferente e assim conseguiu o tão sonhado estudo. Antonio diz que o pai teve orgulho da perseverança e conta que essas foram as palavras dele no dia de sua formatura “você venceu”.

Em entrevista ele fala da sua participação nos meios de comunicação de Juina, desde jornal Impresso, “O Poder Noticioso”, “O Imparcial”, sempre fazendo colunas de esportes e outra noticia de interesse da comunidade, chegando a ser secretário da liga de esportes do município em uma gestão e presidente em outra gestão.

Antonio Valdenir Caliare formou família em Juína, conhecendo sua primeira esposa no ano de 1993 vindo a separar em 2014, possuem dois filhos Andriely Rayne dos Santos Caliare e Andrey Guilherme dos Santos Caliare.

Ele fala que filha Andriely  concluiu a faculdade de enfermagem e hoje mora em Guarantã  e  seu filho Andrei  está seguindo  seus passos na área de Advocacia, concluindo o curso na faculdade Ajes.

Em 2017 Caliare conheceu Veronica Pickler, com que constituiu união estável atualmente.

O advogado conta sobre um hobby, que é as motocicletas, Caliare relata que sempre gostou de motos, mas nunca teve essa oportunidade quando jovem, e quando pode adquiriu uma falcon 400, que possui até hoje com que foi até jaó pessoa na Paraíba com ela. Ele diz que isso é sua válvula de escape da rotina de pressão que tem rotineiramente.

Em 2018 Caliare teve um problema de Saúde, o que levou á uma cirurgia cardíaca, mas está muito bem, outro momento difícil relata Caliare foi no ano de 1997, onde ele saiu da área de vendas e queira muito fazer o Vestibular para o curso de história, mas que não tinha dinheiro para pagar a inscrição que na época custava 74,00 reais, e com vergonha de pedir o dinheiro emprestado deixou de fazer o curso, conta que nunca faltou nada, mas nesse tempo passou apertado.

Antonio Valdenir Caliare acredita que Juína pode crescer ainda mais, basta todos acreditar, todos fazerem isso acontecer. Ele frisa que devemos abrir as portas para um novo progresso, novo investimento e deixar o pólo mais resistente e melhorado.