Metrô FM Juína 87.9 - Tá na Metrô, Tá Bom de Mais!
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PIONEIROS

José Luis Marques Cardoso e Maguida Cardoso

A Família chegou em Juína 1981

José Luis Marques Cardoso, popularmente conhecido como Zé Português, veio inicialmente para Juara, ofereceram para ele alguns terrenos para que comprassem lá, mas ele não aceitou porque não gostou muito do lugar.

Depois ele continuou sua viagem e passou por Vilhena, enquanto tomava seu café uma atendente perguntou o que ele e seu irmão faziam por lá, eles responderam que estavam procurando um lugar para viver, ela falou que tinha um novo loteamento ali perto chamado Juína, deu um papel para eles e eles vieram para cá.

Quando chegou aqui foi pedido a Zé Português um documento que devia ser emitido por um escritório em Vilhena, para que ele pudesse fazer parte do projeto Juína, mas ele não sabia que precisava desse documento, então deixou seu RG com uma pessoa responsável por dar entrada ao processo.

Em Juína o único local que servia refeições na época era o Posto Juína, a noite eles dormiam no Ramires, a cidade ainda estava começando a se desenvolver. Durante o dia eles andavam pela região para conhecer melhor o local.

Zé Português ia comprar algumas terras em Aripuaña, mas para isso ele precisava de vários documentos, foi dado um prazo de 30 dias para ele voltar no Paraná e buscar essa documentação. Ele foi e voltou em 20 dias, quando chegou o terreno que ia comprar já havia sido vendido.

Depois disso Zé foi para Juruena, lá tinha muito mosquito, ele viu que não daria certo, então subiu de volta e comprou dois sítios na Serra do Macaco. Para efetuar a compra era preciso ir até o escritório da CODEMAT em Cuiabá.

 Zé Português se mudou para cá em 1981, foi quando sua esposa Maguida Garcia Cardoso veio também. Ele conta que durante a mudança deu carona para várias pessoas em sua camionete.

Ele plantou café em seu sítio, em uma das floradas a plantação pegou fogo acidentalmente, Zé havia feito um financiamento no banco em Vilhena, para não ficar devendo após perder sua lavoura, ele foi até lá e quitou sua dívida. Depois foi preciso recomeçar em Juína.

Zé Português comenta sobre o garimpo que por um lado foi lucrativo, mas por outro acabou dando prejuízo porque seus filhos desistiram de ir fazer uma faculdade para ir ao garimpo.

Mais tarde eles compraram uma loja de móveis. Maguida também abriu um salão, foi o primeiro salão de Juína. Ela tem clientes fiéis que atende há mais de 40 anos, daquela época até hoje em dia. Ela comenta que antes só andava de salto, mas aqui ainda era um areião, não tinha como caminhar com salto alto.

Maguida também conta que quando chegaram ainda não tinha muita coisa em Juína, ela ia ao mercado e não encontrava as coisas que estava acostumada a comprar. A carne, se quisesse comer, era só de bicho do mato.

Zé relata que antes de mudar para cá, ele veio visitar e não trouxe roupa de frio porque aqui era calor, mas esfriou e não havia loja para comprar roupa, então ele precisou se cobrir com jornal para dormir e para não pegar gripe ele tomou um remédio que comprou na farmácia que recém tinha aberto.

No início, logo que chegaram, eles comentam que as pessoas se reuniam para se divertir aqui, todos eram conhecidos uns dos outros, depois as pessoas foram se afastando. Eles falam ainda sobre os carnavais, a boate e o CTG daquela época.

Zé Português conta que pior momento que ele viveu foi a morte de seu filho. Ele faleceu em um acidente onde um Botijão de gás explodiu. Mais tarde Zé acabou entrando em depressão.

Maguida comenta que dizem que ela é muito forte, devido a tudo que passou, e que foi necessário ter fé em Deus para continuar.

Por fim, Zé fala que Juína é rica e próspera, ideal para quem quer ter paz e sossego na vida.

Saiba mais detalhes sobre a história de José Luis Marques Cardoso e Maguida Garcia Cardoso no vídeo abaixo.