Nestor e Clair Bortolini se conheceram em um campo de futebol na linha Taipa Alta, município de Iporã em Santa Catarina.
Os dois namoraram durante seis meses, Nestor com 30 anos e dona Clair com 17 anos, não demorou muito para se casaram indo morar no sitio que seu Nestor havia comprado.
Moraram durante cinco anos em Santa Catarina, mas as dificuldades do plantio e o clima do estado fizeram seu Nestor a procurar outras terras para crescer.
Ficou sabendo de Juína, através de um conhecido que sabia que iam montar uma serraria no Mato Grosso.
Em 1985 colocaram as mudanças em um caminhão da empreiteira e seguiram rumo a nova cidade.
Enfrentando a estrada em más condições, falta de comida, o areão e o cansaço, se aventuraram em terras desconhecidas.
Chegaram em Juína dia 05 de julho de 1985, Dona Clair no início não se agradou com o local, relata a pioneira que chorava junto com as 4 crianças, já que a caçula nasceu em solo juinense.
Ela conta que tudo era mato, não havia quase nada no lugar, a não ser as poucas casas que estavam sendo erguidas.
O medo do desconhecido com o tempo foi passando, a família começou a se ajeitar, seu Nestor trabalhava com o motosserra cortando toras e abrindo caminho para a evolução da cidade.
Dona Clair cuidava dos filhos e da casa.
A cidade ia tomando forma e as coisas melhorando, por 12 anos os Bortolini moraram na serraria que os trouxeram para Juína.
Entre altos e baixos a família foi sobrevivendo, a falta de suprimentos fazia com que seu Nestor cassasse na mata para alimentar a família.
Ele relata que nunca faltou carne na mesa, tinha dois cães de caça e uma espingarda e assim trazia a comida para mesa.
Na cidade havia apenas 1 mercado onde compravam o necessário, mas 1 dos filhos adoeceu, as coisas apertaram foram anos de aperto.
Seu Nestor e Dona Clair descobriram que o filho tinha um tumor no ouvido, o menino precisou de tratamento na capital.
Na época o chefe da família ficou devendo a serraria aproximadamente 10 mil cruzeiros para poder arcar com as despesas para ele que ganhava somente 200 cruzeiros.
Mas ele relata que após esse período de tormenta, com o filho curado, a vida voltou a fluir, as coisas cresceram.
Dona Clair começou a trabalhar de doméstica, cozinheira, ajudando no sustento da casa, as filhas já crescidas cuidavam do lar.
Logo compraram um terreno e nos finais de semana levantaram a residência com muito suor e esforço.
Hoje a Família Bortolini não pensa em sair de Juína, para eles isso é o paraíso.
Formaram a família, moldaram a cidade, cresceram junto com ela, trabalharam duramente para que Juína fosse o que é hoje.
A terra que era bruta, deu o sustento do casal e dos filhos que criaram amor profundo pela morada.
Perguntados sobre o que eles gostariam de deixar para a população que hoje mora e habita todos os cantos da cidade e o que gostaria de falar para o município, eles respondem que continue assim, um povo acolhedor, hospitaleiro e de raízes fortes.
Quer saber a história completa desses pioneiros que ajudaram Juína a crescer? Acompanhe o vídeo completo de Nestor e Clair Bortolini abaixo