Antônio Martins dos Reis conhecido como Antônio Pipoqueiro, nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 28 de fevereiro de 1940 e Falecido em Juína em 06 de setembro de 2017, foi um pioneiro de Juína e deixou sua marca na história do município.
Antônio casou-se com Irondina Fernandes dos Reis em Iporã, Paraná em 11 de maio de 1968 e lá tiveram 3 filhos, o primogênito Marcos Antônio dos Reis nascido em 21 de março de 1970, Daniel Fernandes dos Reis, proprietário do espetinho do Daniel, nascido em 20 de setembro de 1972 e Valdir Fernandes dos Reis, o Chapolin, nascido em 09 de abril de 1974.
Seu Antônio veio conhecer Mato Grosso em 1979, gostou do lugar e assim voltou para a família objetivando fazer mudanças para todos. A família juntou os pertences e rumaram para as novas terras, e se instalaram em Tangará da Serra, ali viveram por 6 anos, nascendo o primeiro filho em solo mato-grossense, o caçula Celso Fernandes dos Reis em 25 de novembro em 1979.
Com a abertura do projeto Juína muitas famílias foram se instalando nas novas terras e a família Fernandes dos Reis veio em busca de novas oportunidades.
Chegando no final da década de 70, a família após se instalarem um uma casa de madeira aos fundos do bar que montaram assim que chegaram, na avenida 9 de maio.
O caminho foi longo, Daniel, segundo filho de seu Antonio relata que durou 6 dias a viajem de Tangará à Juína, cortando pela cidade de Vilhena, trajeto conhecido de todo pioneiro, a mãe, dona Irondina ajeito farofa e muitos outros suprimentos para aguentar os dias de viajem.
Para os filhos o trajeto não foi dificil, já que eram crianças e para eles não viam a dificuldade. À primeira vista da cidade, era somente mato e algumas casas em volta, uma situação normal para o local recém-aberto e sendo povoado aos poucos.
O pioneiro, seu Antônio, além do barzinho, trabalhou muito tempo em serraria. Com o passar do tempo acabaram por fechar o bar e seguir com outras atividades que ajudasse no sustento de todos.
Como todos os meninos eram crianças a maior diversão deles era tomar banho no rio da verdan, conhecido pela população como ponto de lazer da garotada. Eles sorriem para as travessuras de criança. Daniel relata que a mão manda para a catequeses, mas passavam direto e seguiam até o rio ou iam jogar bola
Eles relatam que para a época Juína girava muito dinheiro, por experiência os filhos de seu Antônio relatam que tudo que era feito no bar que tocavam, vendia rapidamente e quem teve oportunidade e aproveitou deu-se muito bem.
Seu Antônio na época chegou a comprar um terreno próximo a lotérica, mas o vendedor fugiu com as últimas economias e a família acabou por perder a oportunidade. Por uns bons anos os filhos contam que o pai se tornou alcoólatra e após uma série de acontecimentos pessoais, ele largou a bebida e assim seguiu por mais de 20 anos.
Em 1985, seu Antônio e dona Irondina se divorciaram, ela foi embora para Rondônia levando o filho caçula, ficando assim somente seu Antônio e os 3 filhos mais velhos.
Foi um momento dificil, Mas Daniel relata que nunca tiveram preguiça e saíram a luta para ajudar o pai, vendiam doce na porta da escola, espetinho na rodoviária, engraxavam sapatos, faziam de tudo um pouco.
Seu Antônio na visão dos filhos foi um verdadeiro guerreiro, ficou conhecido com Antônio pipoqueiro e nunca deixou falta nada aos filhos. Valdir, o chapolim era que cuidava do almoço da família. Os irmãos riem e contam que rezavam esperando que a tia que morava no vale ouro naquele tempo, chegasse, pois adoravam a comida dela.
Claramente com o tempo eles aperfeiçoaram as habilidades na cozinha, tanto que Valdir ficou muito conhecido pelo seu negócio na cidade, o Buffet do Chapolim.
Os irmãos aproveitaram muito a infância, com o cinema que pertencia ao varejão os meninos faziam serviços para ganhar ingresso e ver os filmes. Além de gostarem muito de jogar bola e caçar com estilingue, era maior festa.
Momento marcante para os filhos foi a separação dos país, o alcoolismo do pai, mas com o cuidado, amor e responsabilidade tudo foi superado e disso tiraram o caráter, e honestidade. E o momento mais triste foi receber a notícia do médico que o pai poderá partir a qualquer momento e assim 3 dias após ele se foi.
Já os melhores momentos foram as realizações profissionais, Daniel e Chapolim montaram o próprio negócio, além dos casamentos e os nascimentos dos filhos.
Apesar de terem tentado conquistar novos rumos, mas acabaram voltando para Juína, na visão da Família Fernandes dos Reis esse é o melhor lugar para se vivier.
Conheça a história completa da Familia Fernandes dos Reis, em memória de seu Antônio Martins dos Reis (Antônio Pipoqueiro), relatada pelos Filhos no vídeo abaixo.